Caracterização da Estrutura Económica do Algarve

O NERA, enquanto associação empresarial multi-sectorial, entendeu caracterizar de forma pormenorizada a estrutura económica do Algarve de forma a facilitar intervenções futuras na região. Para esse efeito, o NERA preparou uma proposta para um estudo designado “Caracterização da Estrutura Económica do Algarve” para o qual convidou a Universidade do Algarve.

O objetivo geral do estudo apontava para a caracterização de forma aprofundada da estrutura económica do Algarve e em termos específicos procurou-se i) comparar o comportamento da região através de indicadores socioeconómicos relevantes com a média nacional e com outras regiões NUTS II, ii) analisar sinteticamente indicadores de performance das várias freguesias do Algarve; iii) quantificar a destruição/criação líquida de postos de trabalho qualificados; iv) perceber as relações intersetoriais fundamentais na região; v) problematizar os impactes da localização das sedes fiscais das empresas que se situam (atuam) no Algarve; e vi) entender a dinâmica das empresas da região na inovação e que relações existem entre a capacidade inovadora, a criação de vantagens competitivas e o desempenho.

O interesse do NERA em desenvolver um estudo de forma a caracterizar a estrutura económica regional tem uma relevante justificação, porque permite perceber e caracterizar as forças dominantes do Algarve e como estas se relacionam com a região. O estudo não tem a pretensão de ser uma caracterização exaustiva da realidade económica e social do Algarve, mas apenas, com a informação disponível, consolidar o conhecimento existente sobre uma série de questões, contribuindo para uma consciência regional responsável, um contributo para a criação de uma visão da região sobre si mesma, um possível ponto de partida para estudos futuros.

O estudo estrutura-se em seis capítulos.

O primeiro capítulo “Caracterização Geral do Algarve”, da autoria de Ângelo Teixeira, baseia-se num conjunto alargado de indicadores e variáveis estatísticas, referentes ao ano de 2005 e procede à caracterização das 7 NUTS II de Portugal. O Algarve, consoante a temática ou a perspetiva de análise, assume diferentes posições relativas no ranking nacional comparativamente com as demais regiões nacionais.

O Capítulo dois “Uma Região de Disparidades Locais?”, do mesmo autor, parte de uma análise efetuada aos 16 concelhos da região, no período de 1995 a 2005, nas várias temáticas abordadas para identificar dinâmicas distintas e diferentes estados de desenvolvimento local.

O Capítulo três “A Evolução do Trabalho Qualificado no Algarve” da autoria de João Nuno Neves, procura abordar a evolução do mercado de trabalho na região Algarvia nos últimos 10 anos (1998 a 2007), dando um especial enfoque ao trabalho qualificado. Neste sentido foram analisados diversos indicadores que permitem comparar a evolução do mercado de trabalho algarvio com o Continente, sob diversos pontos de vista.

O Capítulo quatro, da responsabilidade de Paulo Rodrigues e Jorge Andraz, reflete sobre as “Dinâmicas Sectoriais da Região do Algarve”.

No Capítulo quinto “Avaliação do Quadro Fiscal Regional: Localização Empresarial e Finanças Locais” Ana Paula Barreira discute como as finanças locais de qualquer governo local, em qualquer parte do mundo, são, por um lado, afetadas pela atividade empresarial, através das receitas fiscais que a mesma gera, sendo, por outro lado, igualmente, a atividade empresarial afetada pelas decisões de política fiscal que os governos locais adotam.

No Capítulo final “Inovação numa Região Turística: um Desafio no Algarve”, Hugo Pinto e Ana Rita Cruz tentam contribuir para a reflexão sobre o papel que a inovação poderá ter no desenvolvimento do Algarve conhecida pela sua especialização turística baseada em serviços de baixo valor acrescentado.